Se foi legal a Feira dos Campeões Comer e Beber, da Veja São Paulo, nos últimos dias 9, 10, 11 e 12 deste mês, no Jockey Club, em São Paulo (SP)? Foi. Organizada, cumpriu a proposta de entregar, em versão pop-up, um pouco do conceito e dos "melhores" rangos dos restôs premiados pela Veja SP em 2016. Agradou ao público-alvo (bem definidinho, aliás). Funcionou nesse contexto.
Os workshops "bombaram" e a tietagem também. Cozinheiros como Erick Jacquin, Rodrigo Oliveira, Carlos Bertolazzi, Jun Sakamoto, Carole Crema, Jefferson Rueda e restaurateurs como Belarmino Iglesias Filho (Rubayat) circularam felizões, fizeram selfies e tal. Encontramos #MotivosParaDialogar? Sim. Ao mapear, sobretudo, o comportamento do consumidor.
Entrada? R$ 40. Ingressos vendidos antecipadamente, por lotes, via FoodPass? Esgotados, todos. Aulas show? Para adultos e crianças acompanhadas de adultos (R$ 210/ 310), todos disputados. Ah, e claro. Os preços dos produtos dançaram conforme a música - havia opções para "variados" os gostos e bolsos, em 25 estandes. A Veja SP disse que 12 mil pesssoas passaram pelo evento ao longo dos quatro dias de operação...
A porção do excelente (sim, define) Stracotto de Cordeiro do Fasano, por exemplo, cozido em baixa temperatura por, pelo menos, 12h, servido com batatas, custava R$ 35. Foram vendidas 700. Justo? A versão original (onde serviço, ambiente e toda a pompa e circunstância contam) custa R$ 169, no restaurante. Luca Gozzani, chef executivo do grupo Fasano, estava atento a tudo - inclusive às finalizações. Wagner Rezende, generoso como sempre, fez questão de zelar pelo mil folhas de seu Parigi Bistrot, que fomos conhecer, na semana seguinte.
A empanada do Arturito, temperada à maneira de Paola Carosella (que identidade, hermana!) custava R$ 10. As fornadas saíam a cada 20 minutos e as filas minguavam assim, na medida de assados entregues. Vi, ali, um atendimento realmente gentil.
Havia doces, salgados, drinks e pratos nessa toada - nesse meio fio de cifra. Frank (bar do Hotel Maksoud Plaza) e SubAstor seguraram a onda dos gins tônica e negronis, tão hype ultimamente...
Foi divirtuoso trocar dois shots de ideia com Heitor Marin, mixologista da nova safra e gente boníssima. Aos 28 anos, ele passou por casas paulistanas como Ici, Riviera e Tête à Tête e conquistou reconhecimento internacional. É louco por Sampa, por skate e, inegavelmente, tem estilo. É um dos novos colunistas da Mixology News, portal dedicado a "tudo o que é líquido".
Também foi massa escorar a sede no balcão pop-up do SubAstor, onde Frajola, Rubão e sua trupe mandaram bem em doses de simpatia e sabor. Vizinhos da tenda do Fasano/ Parigi e do Mocotó, fizeram seus flairs embalados pelo jazz da trupe do Bourbon Street. Até a criançada se acabou ao som do contrabaixo.
A Casa do Porco, com nhoinc lá de São José do Rio Pardo, pôs muita gente a fazer caras e bocas para o preparo (aquele porco "inteirim", aproveitado do "fucim" ao rabo, sabe?) e para o sabor do San Zé. Entre os nossos motivos para dialogar, o que Rueda faz (e dona Janaína, do Bar da Dona Onça; que, na Feira dos Campeões, estava em tenda vizinha à do marido) sempre vem à tona. Ele aproveita integralmente os insumos, selecionados para caramba, testa-os e os apresenta de um jeito muito peculiar.
Sim, foi legal. Houve até jantares organizadinhos por ali. Mas, convenhamos. O formato "festival" está desgastado já há um tempo. É aquilo. O piquenique 3.0 e "sem firula" - para quem está muito disposto a comer de pé e no calorão, muitas vezes - só cumpre a função do acesso à gastronomia executada por "grandes figuras" vez em quando (se bem definidos conceito, formato e target, o caso). Até quando, porém, resistirão? "Diferenciar" não é, exatamente, propiciar o acesso a algo relativamente "inacessível". É explorar determinados nichos de mercado.
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