Um oceano de Motivos Para Dialogar em 2021

No que você pensa quando ouve ou lê a expressão “sustentabilidade”? E em “governança”? E em “economia circular”? Esses termos (que são conceitos complexos) estão “em alta”, mas já desgastados pelo uso, muitas vezes equivocado, que marcas e pessoas conferem a eles. Em 2021, queremos ampliar o diálogo a partir deles. E faremos isso por uma perspectiva ancorada na Década dos Oceanos.

Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, e iniciada em 8 de junho de 2020, no Dia Mundial dos Oceanos, objetiva a união global pela proteção da biodiversidade e dos habitats marinhos, bem como a geração e divulgação do conhecimento relacionado ao oceano. Temos #MotivosParaDialogar de sobra, fala sério!

Nos últimos cinco anos, aprendemos mais sobre o tema com três potências:

1) a bióloga marinha Sylvia Erle, autora, entre outros livros, de A terra é azul: Por que o destino dos oceanos e o nosso é um só?" (Sesi-SP Editora, 2017);

2) a jornalista Paulina Chamorro, que ouço na vida e no dial desde quando o Vozes do Planeta ocupava a grade da Rádio Eldorado... e que, para a nossa sorte, está no Spotify e à frente da Liga das Mulheres Pelos Oceanos  da qual fazemos parte)

3) Simone Jones, da Seafood Watch, ONG pertencente ao Aquário de Monterey Bay (Califórnia, Estados Unidos). Foi Paulina quem fez a ponte entre ela e Diálogos. Simone palestrou com ela na edição zero do Seminário Fru.to – Diálogos do Alimento (2018) e, certeira, resumiu, em uma frase, a relação entre as redes comunicacionais e as redes de pesca – por ambas circula “alimento”. “O pescador embrulhava no jornal as escolhas de minha mãe”, disse Simone, referindo-se à infância vivida à beira mar”, como contamos no post sobre o Fru.to.

 

Rede de pesca repousada no chão com barco ao fundo
Informações e alimentos: sinônimos lançados "às redes".
Fotos: Carolina de Avilez (Diálogos Comestíveis)

 

Passamos tanto a pensar sobre as relações entre os mares e suas redes e os dados disponíveis noutra rede – a World Wide Web – que nos atentamos a alguns sinais: já há mais plásticos que peixes e frutos do mar nos mares, ou seja, há pouco alimento disponível, sobrepesca, riscos à biodiversidade. Há excesso de irrelevância ou resíduos em rede.

Um bom jeito de descobrirmos isso é assistindo ao aclamado documentário The End of the Line (O Fim da Linha), do jornalista e escritor inglês Charles Clover, de 2009, que trava um alerta em relação à insana demanda por peixes e a pesca de arraste. Desperdício? Sim, essa é a nau em que se embarca a partir dos relatos colhidos na trama – incluindo-se chefs de cozinha.

Outra maneira é seguir a Liga nas redes sociais para ir além da discussão sobre o canudinho e o mar de plástico que, infelizmente, domina a paisagem marinha e as entranhas da muitas espécies de animais que vivem nos oceanos. “Segundo dados da OCEANA, o Brasil produz 7 milhões de toneladas de plástico por ano. Esse número nos coloca como os maiores produtores de plástico da América Latina”. O post “Recorde de calor no oceano em 2020. E eu com isso?”, da doutora em ecologia Ana Paula Prates, conselheira da Liga, por exemplo, discute temas relacionados à “economia azul” e à “segurança alimentar” pelo prisma do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC) e seus relatórios especiais sobre a relação dos oceanos com a mudança do clima.

Em breve, Paulina estará em Diálogos para tratar do tema da década e das razões pelas quais somos ativistas dos oceanos. Agora, a gente quer te lembrar de postagens anteriores que fazem todo o sentido neste momento.

 

Uma cabeça humana e uma cabeça de peixe se
Diálogos Comestíveis tem razões para pensar sobre os oceanos.
Fotos: Carolina de Avilez (Diálogos Comestíveis)

 

VALE A PENA VER E DIALOGAR DE NOVO

 

Desde o início deste projeto, em 2015 (começamos com uma Fanpage no Facebook, lembra?), fizemos algumas provocações em relação ao consumo de alimentos. Falamos de quão complexa é a cadeia do alimento e de quão igualmente complexa é a produção noticiosa – como jornalista, sempre assinalo a distinção entre “notícia” e “conteúdo”. Frisamos de quanto assunto está relacionado a outro. E dissemos, com ênfase, da necessidade de rever-se as escolhas do comer: a maneira como “lemos” o mundo influencia a paisagem que “lemos” adiante do nariz.

Tratamos, ainda, pela abordagem sistêmica da produção e consumo de “proteínas”, das relações entre o desequilíbrio ambiental e o consumo de alimentos “saudáveis”. A demanda pela produção de carne, ou de frango, ou de pescados ou de proteínas vegetais depende da compreensão dos termos “saudabilidade”, “alimento”, “fome”, “nutrição” e mais. Levamos a discussão sobre os Restos e Raspas de Comer com os Olhos e a “gastronomia sustentável” para o Encontro Mundial de Chefs, em 2017.

Sobre a nossa relação com a dietética e com as proteínas, também vale ouvir com calma e atenção ao que diz a professora e pesquisadora Elaine de Azevedo neste podcast de dezembro de 2020 de Panela de Impressão, no Spotify. Em breve ela também estará por aqui nos dando mais #MotivosParaDialogar.

Também discutimos as possibilidades de alimentos “do futuro”, avaliamos as possibilidades tecnológicas disponíveis, conversamos com cozinheiros, cientistas, lemos muito e até palestramos sobre o tema. Se cozinhar nos tornou humanos, como deixar de cozinhar nos afeta? 

Enfim, é preciso pensar a Gastronomia para saciar o futuroE, nesse emaranhado de dados que se converteram em informações relevantes, em conteúdos nativos de marca e de marketing, dissemos, sutilmente: o mar não está para peixe. Agora, escancaramos essa conversa e queremos mais motivos para redesenhar contextos.

Todo comer é você quem desenha. Duvida?

 

 

 

 

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