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CONTEÚDO RELEVANTE SOBRE A INFORMAÇÃO QUE ALIMENTA
por Érica Araium

 

Relatório do IPCC alerta sobre a highway to hell

Imagine um organismo vivo em estado de colapso, com sérias dificuldades para respirar e febre alta. Ler o sexto informe do Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC, na sigla em inglês) ao som “sessentão” de Peggy Lee, deveria até atenuar as coisas. Como se o planeta dissesse “I get a fever that's so hard to bear... Fever in the morning. Fever all through the night”. A trilha sonora, porém, soa fofa demais para o relatório catastrófico apresentado hoje (09/08/2021) pelo painel. “Climate Change 2021: The Physical Science Basis”, primeiro capítulo de três a serem divulgados até setembro, combina melhor com Highway To Hell, do AC/DC. “I'm on the highway to hell... No stop signs, speed limit.” A síntese está disponível neste site: AR6 Synthesis Report: Climate Change 2022 — IPCC.

Ele serve de alerta para os efeitos antrópicos desde a década de 1950 e assinala a antecipação dos revezes previstos por um comitê de 800 cientistas de todo o mundo: a elevação do nível dos mares, o derretimento de calotas polares e outros efeitos do aquecimento global podem ser irreversíveis durante séculos e são "inequivocamente" impulsionados por emissões de gases causadores do efeito estufa da atividade humana. Desde a era pré-industrial, o mundo esquentou 1,09 °C, sendo míseros 0,02°C atribuídos a causas naturais. “How dare you, human?”, como diria a ativista ambiental sueca Greta Thunberg.

 

Não foodie os oceanos

E se pudéssemos colocar todo o oceano dentro de uma panela? Ora, já fizemos isso – e não nos demos conta até 2015, ano do “Acordo de Paris”, do caldo de problemas que vimos cozinhando. A sobrepesca é, ainda, assunto enfadonho. A ponto de a imprensa mundial se esquivar das redes enfadadas de overfishing. “Seaspiracy” (2020), da Netflix, joga alguma luz sobre o tema.

Fato é que, ao menos no Brasil, com seus quase 9 mil Km de costa e cientistas cada vez mais à deriva, são ainda raras as reportagens dedicadas à noção de que o que se demanda aos atores da indústria de alimentos e da gastronomia pode dar cabo à biodiversidade marinha.

Cada garfada conta. Para que algo faça sentido em águas turvas, é preciso “desgourmetizar”, simplificar, aproveitar integralmente. Resgatar o prazer e a curiosidade da descoberta acerca do “alimento”.

Conectar a cadeia e ampliar o diálogo

“Em 10 anos a área da pesca desaparece”. Com um tom triste e um olhar baixo sem perspectiva para o futuro, o Sidónio Sousa (50), dispara que na Ilha da Madeira, em Portugal, a pesca está envelhecendo, assim como os pescadores. Os jovens não têm interesse em seguir a profissão, nem mesmo seus filhos, diferentemente dele que começou aos 13 anos e até hoje é sua única fonte de sobrevivência.

Nascido no arquipélago português, o pescador tem orgulho em mostrar seu barco, ancorado na Lota do Caniçal, na Ilha da Madeira, em Portugal. Sendo uma robusta embarcação, ele navega em mar aberto por dias, entre os Açores e as Canárias, com uma tripulação formada por aproximadamente 20 homens. 

enlightened Este post é resultado de uma conexão bastante forte entre a Casa Gastronomia e Diálogos Comestíveis. Pensamos já tanto sobre a Década dos Oceanos que convidamos as idealizadoras do projeto português para contarem um pouco sobre o que elas veem da pesca artesanal - ou do remanescente desta atividade - na Ilha da Madeira, em plena época de pescaria lá no outro lado do Atlântico. Também escrevemos um artigo inédito, bastante inspirados. Estes escritos são o registro de um "cardume" buscando #MotivosParaDialogar e famintos por mais pensatas como esta. Leia agora a reportagem da Casa Gastronomia. 

Faz sentido desembalar, mercado

Faz todo sentido desembalar esse abacaxi. Temos #MotivosParaDialogar. O que você entende por alimento minimamente processado? Bem, uma maçã in natura é aquela à qual poderíamos recorrer numa manhã frugal e saudável. Na cena idealizada da "refeição do paraíso", ela seria consumida debaixo da macieira orgânica (é claro), com casca e tudo. Contudo, no mundo real, há o imbróglio dos agrotóxicos, da produção em escala e... Do consumidor ominichannel, conectado e mimado.

Há um abacaxi espinhudo a se descascar. Nos poupe se você é do tipo que só quer a polpa porque não apura as consequências das próprias escolhas.

"As revoluções da comida": à mesa com Rafael Tonon

Rafael Tonon é jornalista especializado em gastronomia. Melhor dizendo, é um jornalista que escreve sobre comida. Freelancer de diversos veículos internacionais, é correspondente, no Brasil, do Eater (o maior portal de gastronomia dos Estados Unidos) e colaborador de veículos como Vice, Slate, Fine Dining Lovers, entre outros. Vive já no Porto, em Portugal. Cidade que considera como um “bairro expandido”, dada a comparação com Campinas/SP, onde nasceu, em 1982, viveu e, também, se graduou em Comunicação Social – Jornalismo, na PUC-Campinas. OUÇA E LEIA A ENTREVISTA AGORA.

O "everything else" da percepção de sabor e da inovação

A expressão "everything else" (todo o resto) foi introduzida por Charles Spence em seu livro A Refeição Perfeita, referindo-se a todos os fatores, além de ingredientes e técnicas de preparação, que influenciam a nossa percepção de sabor na experiência do comer. Isso inclui itens como o peso dos talheres, a cor dos pratos, a música ambiente, o local e com quem se faz a refeição. 

Quanto do prazer de uma refeição vem do "everything else"? Já dizia Spence, em seu livro Gastrophysics: The New Science of Eating, que o fato de se sentir satisfeito após uma refeição tem mais a ver com a mente do que com o que está no prato.

Neste post, Maria do Carmo Pontes, parceira da FoodWorks, nos conta de como a percepção de sabor pode ser alterada pelas escolhas do desenvolvedor de produtos e pelo neoconsumidor. Um privilégio ter tanto conhecimento compartilhado e mais #MotivosParaDialogar!

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